Desemprego, cheque especial, cartão de crédito, dívidas e nome sujo na praça: essas têm sido palavras recorrentes na vida de algumas famílias brasileiras, especialmente daquelas que passam por algum tipo de dificuldade financeira.
No cenário atual de 33 milhões de desempregados — dados de março de 2021 —, vê-se, normalmente, o crescimento da procura pelos principais tipos de crédito disponíveis para colocar a vida em dia e evitar novas complicações.
No entanto, o desconhecimento sobre as principais modalidades de crédito torna-se uma barreira para que os indivíduos explorem melhor as suas possibilidades financeiras. Assim, eles nem sempre recorrem à melhor alternativa, causando mais problemas ou simplesmente trocando uma dívida por outra.
Por isso, é essencial conhecer e entender bem essas questões. Neste post, vamos explicar os principais tipos de crédito existentes, quando recorrer a eles e como se organizar para quitar a dívida. Leia até o final e encontre a melhor saída para você!
O que é crédito?
Dos fundamentos econômicos e financeiros, podemos entender que o crédito não é apenas o dinheiro vivo, mas também os recursos disponibilizados por um credor a um tomador para que ele realize as suas despesas, investimentos ou compras.
Há várias formas de oferecer crédito para as pessoas físicas. Entre as muitas possibilidades, há, pelo menos, 6 que você deve conhecer. Acompanhe abaixo!
1. Crédito pessoal
O crédito pessoal, normalmente cedido por instituições financeiras, como bancos e fintechs, é um empréstimo que o tomador pode utilizar da maneira que desejar.
Ele funciona da seguinte forma: o consumidor pode solicitar uma quantia (estabelecida nas políticas do credor) sem a necessidade de oferecer uma garantia para tal. Esse crédito estará sujeito a um prazo para quitação e a taxas de juros — CET (Custo Efetivo Total).
Por isso, verifique sempre as condições e as taxas envolvidas na tomada do empréstimo. Além disso, consulte a condição do seu nome e CPF antes de pedir um empréstimo com o nome sujo.
2. Crédito consignado
No empréstimo consignado, as parcelas são cobradas do tomador de maneira indireta. Ou seja, os valores serão descontados diretamente na folha de pagamento ou aposentadoria, limitados a, no máximo, 30% desses rendimentos.
Logo, isso pode complicar o planejamento financeiro mensal do indivíduo, uma vez que o desconto é feito antes de ele receber o dinheiro.
Como vantagem, trata-se de uma das linhas de crédito mais em conta no mercado, cobrando taxas de juros menores. Além disso, há mais facilidade para contratar e, por vezes, prazos mais longos.
Devido à facilidade proporcionada pela internet, tanto o crédito pessoal quanto o consignado podem ser solicitados muitas vezes de maneira online.
3. Crédito estudantil ou universitário
Destinado aos estudantes de curso superior, esse tipo de crédito beneficia os alunos que não têm condições de custear os seus estudos. Ele não limita-se apenas à graduação, pois funciona como qualquer outro empréstimo feito com um banco.
Mas quem o oferece? O crédito estudantil pode ser privado, contratado com bancos e empresas especializadas em financiamentos de mensalidades. Para isso, cheque sempre as condições do banco e faça comparativos de taxas e formas de quitação do empréstimo para tomar a melhor decisão.
O crédito universitário também pode ser público, concedido pelo governo por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). O programa do Ministério da Educação tem foco nos alunos matriculados em IES que tenham avaliação aprovada nos termos do governo. Atualmente, a taxa de juros é de 6,5% ao ano. No site do FIES, você encontra todos os requisitos e perguntas frequentes sobre o assunto.
Há ainda o ProUni, que concede bolsas parciais ou integrais para os estudantes de graduação de famílias de baixa renda, disponibilizadas conforme o aproveitamento no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
4. Crédito consolidado
Também é um serviço de natureza bancária, que possibilita juntar vários créditos devedores em um só. Os consumidores recorrem a essa opção em casos de dificuldades e renegociação de dívidas. Também é possível optar por ele para ter mais folga no planejamento financeiro.
Entre as suas principais vantagens, podemos destacar:
- redução da mensalidade;
- comodidade;
- facilidade, pois é preciso lidar com um só credor.
Entretanto, assim como os outros créditos, ele requer muito cuidado, pois entre as suas desvantagens estão o pagamento de algumas taxas, a burocracia, o pagamento de juros por mais tempo, as comissões por amortização etc. Logo, carece de uma análise com parcimônia.
5. Crédito automotivo
Basicamente é o dinheiro que você recebe para comprar um veículo. Como os automóveis têm valores elevados, o consumidor recorre a uma modalidade de crédito para realizar a compra. As preferidas dos brasileiros atualmente são o consórcio e o financiamento.
A recomendação é que o consumidor tente ao máximo dar um valor maior na entrada do veículo e que financie o restante, para ficar menos tempo exposto aos juros compostos do financiamento. Ele também deve desconfiar de anúncios que propõem “taxa zero”, pois os custos e as taxas provavelmente estarão incluídas em alguma outra cobrança.
6. Crédito para habitação
O crédito habitacional disponibiliza recursos às famílias, visando a construção, a reforma ou a aquisição de imóveis. Também pode ser fornecido por modalidade de financiamento, ou seja, parcelado conforme uma taxa de juros.
O crédito imobiliário é realizado normalmente por um banco, e a dívida do consumidor passa a ser com essa instituição. Cabe verificar com as instituições bancárias quais são as condições de financiamento e os documentos exigidos. Uma das vantagens é a possibilidade de usar o saldo do FGTS para solicitar a compra.
7. Outros tipos de crédito
As opções apresentadas são as mais solicitadas pelos consumidores. No entanto, antes de finalizar o artigo, devemos destacar rapidamente outras modalidades que devem ser analisadas.
Cheque especial
O cheque especial é um limite de crédito pré-aprovado disponibilizado pela instituição financeira no momento de abertura da conta-corrente, mesmo se ele não for solicitado. Ele funciona como um tipo de empréstimo, ainda que o acesso não necessite de análises complicadas. As pessoas geralmente o utilizam em períodos de aperto ou de desordem nas finanças pessoais.
Esse tipo de crédito funciona da seguinte maneira: quando o correntista zera o valor de sua conta bancária, o banco concede de forma automática um valor pré-aprovado para que ele possa continuar gastando. No entanto, esse montante fornecido pela instituição não é de graça, há cobrança para o uso dele.
Por exemplo, quem tem R$ 100 numa conta-corrente e paga um boleto de R$ 150 pode usar R$ 50 do cheque especial. Quando entrar dinheiro na conta, essa dívida será quitada com juros pelo banco. Portanto, esse crédito pré-aprovado deve ser usado com planejamento pelo cliente, para que não haja riscos de comprometer o seu orçamento.
Cartão de crédito
O cartão de crédito é uma forma de empréstimo pessoal oferecido por bancos e instituições financeiras. Ele é adquirido quando o cliente solicita um cartão a um empreendimento. Quando a solicitação é aprovada, o utilizador recebe um limite de crédito para realizar compras de bens e serviços ao longo de um mês. No vencimento da fatura, ele paga todas as contas de uma vez.
Além do limite, o banco também estabelece as taxas de juros. Elas geralmente são um padrão, enquanto o limite é definido com base na renda do solicitante. As tarifas cobradas no cartão são as seguintes:
- anuidade;
- pagamento de boletos;
- avaliação emergencial de crédito;
- segunda via do cartão;
- saque.
Empréstimo com garantia
O empréstimo com garantia acontece quando alguém opta por oferecer um bem como garantia para obter juros mais baixos e maior prazo de pagamento. Essa posse pode ser um imóvel, um carro ou salário do solicitante (consignado privado). Essa operação financeira também é conhecida no mercado como alienação fiduciária ou hipoteca.
Esse tipo de crédito permite às instituições financeiras assumir menos riscos do que os empréstimos comuns. No entanto, caso o cliente se torne inadimplente e se esgotem todas as formas de renegociação da dívida, o banco inicia o processo de retomada de garantia, adquirindo o bem prometido.
Vale destacar que essa operação financeira vem crescendo no Brasil. Segundo dados do Banco Central (BC), o tipo de empréstimo em que o imóvel é dado como garantia cresceu 26% em 2020 comparado com o ano anterior.
Empréstimo por antecipação do IR e do 13° salário
Antecipação do 13° salário também é considerado um tipo de crédito. Uma pessoa solicita a uma instituição financeira um empréstimo no valor do seu 13° salário. Quando ela recebe o benefício no mês de dezembro, o montante solicitado é devolvido com juros.
Como as empresas brasileiras têm uma data limite para efetuar o pagamento do benefício aos seus colaboradores, os bancos cobram taxas abaixo da média para esse tipo de transação financeira. Em vista disso, sabendo que o cliente terá a quantia certa para quitar a dívida no final do ano, a instituição programa o pagamento na conta-corrente.
Por conta disso, ele é considerado um empréstimo de curto prazo, o que ocasiona juros mais baixos. Nem todo banco oferece o adiantamento de 100% do 13°. O valor varia de acordo com o limite de crédito que a pessoa tem à disposição. Desse modo, os juros são cobrados conforme o valor emprestado.
Crédito ao consumo
O crédito ao consumo é uma espécie de empréstimo pessoal. O consumidor o solicita quando quer comprar bens de consumo tais como: roupas, eletrodomésticos, alimentos, viagens e gastos com a saúde e educação. Ele pode ser fornecido por meio do cartão de crédito, de cheques e de empréstimos consignados.
Dessa forma, o valor recebido pelo cliente é usado para compras a prestações. Uma opção bastante conhecida desse tipo de crédito é o chamado crediário: quando o consumidor consegue o empréstimo com o estabelecimento no qual ele adquiriu o bem. Assim, ele se compromete a pagar as parcelas e tem a vantagem de não precisar ir a outro lugar para obter o crédito.
Lembrando que também há juros nesse tipo de transação, de modo que existem taxas equivalentes aos montantes obtidos, que resultam nos chamados Custo Efetivo Total (CET). Por exemplo, o consumidor compra uma geladeira no valor de R$ 800. Além desse valor, ele também pagará juros, taxas de seguros e outras.
Como você pôde perceber, o mercado oferece várias possibilidades e tipos de crédito para o consumidor organizar a sua vida financeira. De início, entender cada opção pode parecer difícil, mas, na verdade, é algo relativamente simples. Porém, preste sempre atenção no produto financeiro pelo qual você está interessado.
Para tanto, entenda cuidadosamente as características dele, o que está sendo oferecido e como você vai pagar a dívida. Além disso, analise e calcule as menores taxas de juros e prazos. Por fim, sempre leia os contratos.
Gostou deste conteúdo sobre os tipos de crédito? Então, assine a nossa newsletter para receber mais artigos que vão revolucionar a sua vida financeira!